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Imagem: Pedro Kirilos /Agência O Globo |
A pesquisa, divulgada nesta terça-feira (8), ouviu 2.022 eleitores em 24 estados brasileiros. As respostas foram coletadas entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março. Ou seja, antes de um dos principais desdobramentos da Lava Jato, que foi a condução de Luiz Inácio Lula da Silva, na última sexta-feira (4), para prestar depoimento à Polícia Federal. O encaminhamento do ex-presidente passou pela autorização direta do juiz federal.
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Na outra ponta, 29,3% dos ouvidos afirmaram que não dariam voto ao juiz de jeito nenhum. Outros 3% não souberam responder ou não quiseram opinar.
Outsiders
Pesquisas que revelam a tendência dos brasileiros de votar em candidatos “outsiders” não é de agora. Em 2014, levantamento do Datafolha mostrou que, depois de Lula, o personagem mais influente para as eleições à época era o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Relator do processo do mensalão no STF, ganhou fama de inimigo da corrupção.
Para o cientista político e professor da UFPR Fabricio Tomio, os resultados trazem à tona o fato de que a maior parte dos brasileiros vê com descrédito as atuais lideranças políticas e também os partidos políticos de uma mandeira geral.
“O povo está disposto a votar em alguém de fora desse espaço. Nesse caso, obviamente, o Moro é quem tem mais visibilidade”, analisa o professor.
Para ele, a corrupção também deve pesar nesta conta. No fim de 2015, o Datafolha revelou que 34% dos eleitores entrevistados consideram a corrupção como o maior problema da atualidade, superando temas como saúde, desemprego, educação e violência.
“Se esse [corrupção] é um fator grave, e no entendimento da população é o Moro quem combate este problema, obviamente vemos aí uma relação direta do resultado”.
Maioria vê Lava Jato pelo lado bom
Sem focar no juiz Sérgio Moro, a maior parte dos entrevistados (66,3%) vê positivamente as investigações levantadas em decorrência da Lava Jata. Na comparação com os resultados de uma pesquisa semelhante feita em agosto do ano passado, esse percentual, no entanto, caiu. Há sete meses, 71,5% do universo ouvido afirmou que as investigações eram positivas – 5,2 pontos percentuais a mais do que agora.
Do outro lado do espectro, 24,8% da amostra apontou as investigações como negativas. É um índice maior do que a da pesquisa de agosto de 2015, quando 21,4% disseram não ver com bons olhos os trabalhos desenvolvidos pela Polícia e pela Justiça Federal.
Completando o total de ouvidos, 7,3% disse considerar os trabalhos resultantes da operação indiferentes (nem negativas, nem positivas), enquanto 1,6% não soube dizer ou não respondeu.
Metodologia
O levantamento de opinião do Instituto Paraná Pesquisas ouviu 2.022 eleitores brasileiros com 16 anos ou mais em 160 municípios de 24 estados do país, entre os dias 28 de fevereiro e 2 de março. A margem de erro estimada da pesquisa é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos. O grau de confiança do levantamento é de 95%.
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Angieli Maros
Gazeta do Povo
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